sábado, 27 de dezembro de 2014

Réveillon (2014)


 Mais doze meses 
Se passaram
E ainda não sei
Quem sou

A luz de um cometa
A cor do luar
O mar

Mas sei que a força
Que está em meu ser
Provém
Do doce açúcar
Do mar

E o recomeço
Será sempre melhor
Que aquele momento
Que se findou

Quando os dedos
Se tocam
As mãos, a voz
E os corações

sábado, 20 de dezembro de 2014

Opções (2002)


Andar nu pela praia
Ou escalar o himalaia
Ouvir uma balada
Descansadamente

Estar só na areia
Rever uma sereia
Cantar uma toada
Melodiosamente

Deitar-se na rede
Lendo Henry Miller
Ou assoviar
Maliciosamente

Sonhar com alguém
Que lhe marcou
Profundamente
E dormir. Eternamente!

sábado, 13 de dezembro de 2014

As três barcas (2014)


Uma que sobe 
Uma que desce
Outra nem sai do cais

Uma de branco
Uma de rubro
Outra mais não navega

Quem toma a primeira?
Quem toma a segunda?
Quem fica a esperar?

Que o tempo decida
Que o vento avise
A hora de caminhar

O fim sempre estará
Dois passos após.

sábado, 6 de dezembro de 2014

Outras imagens em Palhoça

          Motociclista que se preza fica feliz ao pilotar qualquer moto. Não importa marca, modelo ou tamanho. Por isso, vez por outra, gosto de dar umas esticadas com minha Ybr. Afinal ela também tem direito de se distrair, às vezes. (já está com 80.000 km rodados, motor standard!)
          A alguns dias resolvi ir com ela até o "Cantinho do sossego", na Enseada do Brito, município de Palhoça.
          No caminho cruzamos o Rio Cubatão, o maior da região, que é um dos fornecedores de água para a capital do estado de Santa Catarina, Florianópolis.
          A Enseada do Brito, que já foi a sede do atual município de Palhoça - hoje é distrito - dista 30 km da Florianópolis e conta com algumas obras tombadas como patrimônio histórico (vide postagem "Enseada do Brito", de junho de 2014, neste blog).
          Lá, onde o vento faz a curva, onde o mar é calmo e os problemas somem, nossa Ybr fez poses para fotos. Exibida...!

 No Rio Cubatão

 A Ybr no Cantinho do sossego

 Outra pose

 Uma vista

O mar na Enseada  

sábado, 29 de novembro de 2014

Sexo (1986)


Há pessoas que pensam em sexo
Como obrigação, produção
Reprodução, malcriação

Algumas como passatempo
Que sem obrigação
Prá passar o tempo
Fazem por fazer

Para outras no entanto
Sexo é imprescindível:
Antes do trabalho para maior rendimento
Durante, para não perder a forma
Depois, para relaxar
E nos intervalos
Como distração

Contrariamente pessoas há
Para quem sexo parece ser
Algo abstrato, distante
Intocável e sem conotação:
Dormem

sábado, 22 de novembro de 2014

Premiação

          Na quarta-feira, 12 de novembro de 2014, em solenidade realizada na sede da Academia de Letras de Palhoça (ALP), fomos agraciados com Certificado de Menção Honrosa pela participação no concurso Veredas da Poesia-Ano III.
          A nossa inscrição no concurso, com a poesia Canto do sossego (que descreve nosso cantinho na Enseada do Brito-Palhoça-SC) só ocorreu devido à visitação semanal que fazem vocês, leitores, à este blog, animando-nos a continuar com nosso trabalho. Assim sendo, divido com todos vocês este prêmio. Considerem-se também homenageados!
          Quero ainda agradecer ao incentivo proporcionado pela ALP, na pessoa de sua presidente, Sonia Terezinha Ripoll Lopes, dos acadêmicos: Vanilda Tenfen Medeiros Vieira, Marcos João de Matos e Antônio Manoel da Silva por suas palavras de incentivo e, por extensão, aos demais membros da Academia de Letras de Palhoça.


Canto do sossego (2014)


Quando canso de correr
Quando vejo a coisa preta
Na Enseada eu encontro
Meu cantinho do sossego

Vejo o morro e vejo o mar
Vejo o céu e vejo a praia
Minha vista alcança longe
Vai até o Cambirela

Quando a vida fica dura
Meus caminhos levam sempre
Da Palhoça ao Pontal
Lá prás bandas da Enseada
Etecétera e tal

Vou aonde o vento faz a curva
Depois da Praia-de-Fora
Quase no Massiambú
Descansar em meio ao verde
Ao som do canto do canário
Meu cantinho do sossego


 A casa na Enseada

A placa-título 

Recebendo a premiação das mãos de Vanilda Tenfen
 

sábado, 15 de novembro de 2014

Canelinha e São João Batista

Um passeio inacabado


          No dia 08 de novembro, último, preparamos um passeio tendo como roteiro as cidade de Canelinha (Cidade das Cerâmicas), São João Batista (Polo calçadista) e Nova Trento (Terra de Santa Madre Paulina). Todas situadas 60 a 80 km ao norte de Florianópolis, com acesso por Tijucas.
          Já na primeira parada, Canelinha, que também sedia corridas de motocross, a nossa Shadow ficou sem bateria. Pane elétrica total. Parecia os carros de Fórmula 1. Mas, graças à ajuda prestimosa de Altair Luiz Schilen, morador de Canelinha, conseguimos uma nova bateria, embora de menor amperagem que a recomendada. Fizemos a moto pegar no tranco e após mais algumas fotos (sem desligar o motor), seguimos para São João Batista. Como prevenção, imaginando que a bateria não teria força para girar o motor, deixei a minha "vermelhinha" próximo a uma ladeira.
         Alguma fotografias da Igreja Matriz (para mim essas fotos, de igrejas, são referências importantes) e...a moto não pegou. Teve de ser ladeira abaixo e abortar o passeio, retornando para casa sem poder mais desligar o motor. No plano não dá para empurrar 240 kg!
          Problemas que acontecem com quem viaja, mas que podem nos permitir, por exemplo, conhecer pessoas solidárias. Um abraço ao Altair e Nova Trento fica para uma próxima vez.


Capela Santa Anna

Cerâmicas

Matriz São João Batista

A moto em pane


sábado, 8 de novembro de 2014

Pedágios, impostos e desconstruções

Cético (1986)


Quem olha pro lado
E vê não entende
Esta gente danada
Lutando entre si
Hipocritamente
Querendo engolir
Uns aos outros
Inocentemente pisando
Em seus semelhantes
E cada dia querendo
Mais muito mais
Do que antes

Quem vê não percebe
Em cada sorriso de esguelha
Os dentes brilhando
E a fome de lobo


Inventores de impostos (2009)

Imposto prá quê?
Prá encher nosso bolso
Imposto prá quê?
Prá roubar a nação
Imposto de quê?
Do pão, do arroz e feijão
Ainda falta grana na mão
Tem solução?
Pedágio vai bem

Pedágio prá que?
Prá encher nosso cofre
Pedágio de quem?
De quem vai de quem vem
Ricos e pobres todos tem
De ajudar a nação

E PT saudações!

sábado, 1 de novembro de 2014

Em ritmo de halloween

Dos medos (1984)


Assusta, yeah

O estampido surdo
Do tiro da carabina
O baque seco
Do corpo caído
O crepitar do fogo
O brilho do punhal

A noite sem estrelas
E ao fundo
O pio da coruja no quintal


Fantasmas (1987)


Na última vez
Que acordei no meio da noite
Vi um cabra safado
Com a faca do lado

Vi demônios
No teto e paredes
E vampiros
À sombra da lua cheia

Das tumbas
Almas penadas
Correntes e lanças
Gritos alucinados

Um som de medo abafado
Panos rasgados
E gosto de sangue


(A poesia Fantasmas foi escrita em parceria com meu filho Cassiano S. dos Santos quando ele tinha 7 anos de idade)





sábado, 25 de outubro de 2014

São Bonifácio

        Localizada sobre a Serra do Tabuleiro, a mais de 400 metros de altitude, São Bonifácio é uma daquelas cidades que a gente tem vontade de voltar sempre. É agradável e tranquila. Que assim permaneça.
           O acesso principal se faz pela SC 431, partindo da BR 282, em Águas Mornas. Um trecho de cerca de 40 km em meio a muito verde, recheado de curvas, com direito a visual espetacular do mirante no alto da serra. A distância total é de mais ou menos 80 km a partir de Florianópolis.
         Já na sede do município, uma visita à bela Igreja Matriz (atualmente em reforma, conclusão prevista para dezembro de 2014) é indispensável. Dali se tem vistas parciais da cidade, já que a mesma está situada sobre uma colina.
          Também, durante a semana, fica aberto à visitação pública, o museu Prof. Francisco Serafim Guilherme Schaden (você será recebido pela simpática funcionária Dilma). Contando com um acervo de peças para uso diário, decoração, trabalho, utilizadas pelos colonizadores alemães, algumas do início do século XIX, propicia-nos uma volta no tempo.
          Para os amantes da natureza, entre outras belezas, São Bonifácio é conhecida como a "Capital Catarinense das Cachoeiras", com placas indicando os caminhos.

 Vista do mirante

Chegando...! 

 Igreja Matriz

 Vista parcial

         Gruta Bom Pastor

sábado, 18 de outubro de 2014

Ordem a partir do caos

A situação tá roxa (2013)


Quero vestir
Minha camisa roxa
Depois beijar
A sua coxa
Você me acha um trouxa
Poxa, assim não dá
O que é que há?

Eu tô vendo
A coisa preta
Vê se me dá
A sua ajuda
Poxa, o que é que há?
Assim não dá

O fim do túnel
Tá fechado
Eu já estou muito cansado
E ainda tenho de voltar

Poxa, assim não dá
Que vida louca
Tá difícil de aguentar
Então me diz
O que é que há


Olho por olho (2014)


Não sou Gandhi
Nem Buda ou Maomé
Nem tampouco sou Jesus
Prá tratar bem
Quem me maltrata

Nem sou capaz
De esquecer
O que meus neurônios
Não esquecem
Nem fingir que está
Tudo certo

Tento apenas ser justo
E dosar as minhas mágoas
Se possível
Antes de dormir 

sábado, 11 de outubro de 2014

Loucuras e risos

O que sucede? (2014)


Estou ficando louco
E "poetando" um pouco
Acho que estou rouco
Quase nem te ouço

A minha voz aguda
Está meio vazia
Parece que tenho azia
Uma certa maresia
De estudar filosofia

O que você dizia?
Que o vento é forte
Grunhe feito um porco
De dois em dois segundos
Dispara outro ronco

A minha idiossincrasia é torta
Vou bater a porta
E voltar dormir

Você nem percebe
Mas todo este sonho
Tem por causa o elixir


Perdas e danos (2014)


Coisa louca:
A velha ria
Num tempo estranho
A porta estava aberta
E ninguém fugia

A voz calava o medo
De contar nenhum segredo
A velha ria na escadaria
Ninguém sabia
O que acontecia

Gente se perdendo
Em meio ao furacão
Gente se perdendo
Em meio à multidão
E a velha ria
Mais do que podia

Desdentada e vesga
Em plena luz do dia
Feito previsão
Feito profecia
A velha ria, ria, ria...

sábado, 4 de outubro de 2014

Equívocos

Nem tudo (1988)


Nem tudo que eu digo
É lei
Nem tudo que eu falo
Tem valor
Nem tudo que reluz
É ouro
Nem tudo o que sobe
Desce
Nem tudo o que fere
Mata
Nem toda cor vermelha
É sangue
Nem toda luz
É simplesmente luz

Nem tudo que um dia
Foi escrito
Ouvidos sábios entenderam


Culpa de quem? (2006)


Não fui eu que crucifiquei Jesus
Não fui eu que apaguei a luz
Nem joguei pedras na cruz

Então por que tanta insistência
Por que tanta cobrança
Por que a culpa é sempre
De quem não tava lá?

Se tudo que se fez de bom
Não conta
E um único erro é causa
De sentença
E até quem nada tinha a ver
Sofre punição sem saber
Por que?

Não crucifiquei, não apaguei
Nem joguei pedras na cruz
Mas a culpa é de alguém!

Puna-se o assessor

 

sábado, 27 de setembro de 2014

Luis Alves - retornando às estradas

          Conhecida como a "Capital da cachaça", situa-se na região do Vale do Itajaí, distando cerca de 130 km de Florianópolis.
          O acesso é feito pela rodovia SC413 a partir da BR470, entre Itajaí e Blumenau. São 40 km de estrada asfaltada, mas com irregularidades que exigem maior atenção, principalmente por parte dos motociclistas. A estrada, na medida em que nos aproximamos de Luis Alves, tem mais curvas, o que torna o passeio ainda mais interessante (todo motociclista adora curvas!).
       A povoação da cidade iniciou-se em 1877 com a chegada de colonos italianos e austríacos e, posteriormente, alemães e portugueses.
           A principal atividade é agrícola e pecuária, destacando-se a plantação de bananas e a produção de cachaça, considerada de excelente qualidade (a Festa Nacional da Cachaça ocorre em julho).
     A cidade fica em meio a exuberante paisagem verde, que se pode apreciar agradavelmente da colina onde se ergue a bela Igreja Matriz, construída entre 1941 e 1952.
           Como curiosidade: Em Luis Alves foi fundada em 1957 a fábrica de camisas Dudalina onde, ainda hoje, a empresa mantém uma unidade fabril, defronte ao casarão construído em 1932 e que foi sede da empresa.

Vista da Igreja Matriz 

 Portal da cidade

 Casarão Dudalina

Cachoeira

sábado, 20 de setembro de 2014

Abaixo do equador

Tiago (1982)


Tiago surgiu
Numa manhã
Do ano 2000
Não era dor
Não era riso

E a luz que alumia
Não se fazia
No seu lugar

Tiago cresceu
Tudo era lindo
Tudo era novo
Como a galinha
Depois veio o ovo

E o que era bom
Pro lado de cima
Mais carecia
O seu lugar

Tiago maduro
Trabalho era sonho
Comida miragem
Tiago morreu
De frio na calçada

E o que mais padecia
No seu lugar
Não se dizia
Jamais


3º Mundo (1989)


Se eu fosse inglês
Impunha respeito

Se eu fosse francês
Enfeitava o jardim

Se eu fosse alemão
Empunhava um canhão

Mas abaixo a cabeça
Quando batem em mim

E digo amém, sorry, perdão




sábado, 13 de setembro de 2014

Amigos

Boas novas (1986)


Trago boas novas
Prá você
Que está chegando agora
Neste local

Pois saiba meu amigo
Que você perdeu
A hora

Que enquanto "vosmicê"
Dormiu no ponto
Tudo aqui mudou
Prá melhor ou prá pior
Eu não sei dizer

O fato é que as coisas
Nunca são as mesmas
De uma semana atrás

E quando a gente pensa
Que está por dentro
Descobre com espanto
Que não sabe nada

Por isso caro amigo
É bom ficar
De olho bem aberto

E se não ver o Halley
Pelo menos
Não irá perder o seu


Amizade (2004)


Você certamente
Já esteve numa
De querer ajuda e procurar
O seu melhor amigo

Mas a resposta veio rápido
Não dá, não dá, não dá!

O importante é ter cuidado
Ao escolher os seus amigos
Alguém prá ser amado
E confiar

Naturalmente você deve perceber
Que a falsidade corre solta por aí
Que há um mundo estranho à sua volta

Mas não pode desistir!

O importante é ter amigos
Alguém prá ser amado
E confiar



sábado, 6 de setembro de 2014

Taquaras

         Distando cerca de 60 km de Florianópolis, com acesso pela rodovia BR 282, Taquaras, distrito do município de Rancho Queimado é conhecida como a "capital catarinense do morango" e também por ter sido este o local escolhido pelo governador Hercílio Luz, no início do século passado, para construir uma casa de campo (aberta à visitação pública) e também uma capela para sua esposa frequentar, em frente à sua casa. O governador estava adoentado e diziam que o ar da região era bom para a saúde.
          Realmente a região é muito bonita e tranquila, guardando construções e um modo de vida que lembra os anos 1940/ 1950.

 Hotel Taquaras

 Posto às antigas

Igreja luterana 

A capela do governador

sábado, 30 de agosto de 2014

Necessidades

Cara de tacho (1992)


Diacho,
Tô me sentindo
Com cara de tacho
Eu acho,
Que o país não vai prá frente

Diacho,
Isto me cheira a cambalacho
Dizem que eleição
É bom para a nação
Sei não
Parece que só vale
Prá quem é eleito
Perfeito, prefeito
E eu nem consigo ver o presidente

Diacho,
To me sentindo
com cara de tacho
Eu acho que me falta
Ser eleito
Prefeito, perfeito

Tudo anda bem com bardall


Radical (2002)


Nem todos os senhores
Do mundo me farão
Mudar de opinião

Nem todas as mulheres
Do mundo me farão
Esquecer Adalgisa

E as coisas
Que a gente precisa
Continuam
Do outro lado da vidraça

Na verdade
O tempo passa
E há cada vez
Mais complicação

Adalgisa continua
Do outro lado da vidraça

sábado, 23 de agosto de 2014

Em um futuro distante

Jornal Telepático Interplanetário

22 de março de 3542

"Fantástico achado arqueológico"


     Equipes de cientistas encontraram recentemente ossada de possível guerreiro caucasiano sul-americano que teria vivido no planeta Terra por volta dos anos 2000.
       O esqueleto, muito bem preservado, seria de um homem com estatura mediana, aparentando cerca de sessenta anos e estrutura óssea compatível com naturais da Europa ocidental. Possivelmente de origem germânica.
          De acordo com o Dr. Irisch da Silva Pentaneto, comandante da missão "escavatória", o objeto da descoberta apresentava sinais de múltiplas fraturas pelo corpo.
         O indivíduo teria fratura de caixa craniana, fratura total do braço direito, fêmur e joelho, o que leva a acreditar tratar-se de um guerreiro. Reforça essa teoria, marca sobre o pé direito, causada provavelmente por golpe de lança. Lembre-se que, ao que se sabe, naquela época os terráqueos eram muito atrasados e ainda usavam este tipo de armas.
          Chama a atenção resquícios do que parece ter sido uma medalha de condecoração.
         Também se encontrou, fixo ao corpo, uma tela retangular que se supõe ter sido uma espécie de escudo protetor.
          O Dr. Irisch promete, para breve, novas e importantes informações sobre esse curioso achado.

          ...

         Olhos mais atentos e menos tendenciosos veriam que o achado nada mais era que um "motociclista poeta cabeça-dura" com sequelas de um acidente de trânsito.
         Que a "medalha" era na verdade um relógio de bolso, herança de seu avô e que o "golpe de lança" foi produzido pela queda de uma machadinha com a qual, o ainda menino, brincava.
         Para completar, o "escudo protetor" era uma tela cirúrgica colocada para reforçar a fragilidade do desastrado poeta, motociclista nascido na pequena e adorável cidade de Mondaí-SC dos anos cincoenta do século XX.

Minha singela homenagem ao historiador, futuro arqueólogo.
Meu filho Cassiano Silveira dos Santos




   

sábado, 16 de agosto de 2014

Tempos modernos

Reflexões aéreas (2012)


Aviões
Sobre nossas cabeças
Câmeras
Sobre nossas cabeças
Olhos
Sobre nossas cabeças
E leis
Sobre nossas cabeças

O que dizer
Sobre nossas cabeças
Se nem Freud explica?


Sinal dos tempos (2014)


Hoje conheci alguém
E lhe contei meus gostos
Minhas histórias
Falei tudo acerca de mim

Ouvi seus sonhos
Seus anseios e dúvidas
Conheci seus desejos
E descobri acerca de sua pessoa

Jamais tornarei a vê-la
Impossível ouvi-la
Ficará em minha memória
Pois que na pressa
Esqueci de pedir seu nome

E-mail ou telefone


sábado, 9 de agosto de 2014

Pensamentos

Céu noturno (2007)


Não quero ser profeta
Nem quero ser profano
Não quero ser antiético
Prá não perder a visão
Não quero ver
A minha perna de fora
Nem quero ver o meu coração

A minha cara fechada
Esconde alguém sonhador
Que sabe do big-bang
Que tem a receita de cor
Que sabe contar as estrelas
No céu noturno

Com uma tábua e um prego
Posso escrever um poema


As palavras (2008)


Como dizia o poeta
Palavras são palavras
O sentido quem lhes dá
É o homem
Só depende da paixão
Ou da malícia
Que há
Em sua cabeça pensante 

domingo, 3 de agosto de 2014

Major Gercino

          Localizada no vale do Rio Tijucas a 90 km de Florianópolis, teve sua colonização iniciada a cerca de 120 anos por famílias luso-brasileiras, às quais depois incorporaram-se descendentes de italianos e alemães.
           O que mais chama a atenção no trajeto até a cidade é, sem dúvida, a paisagem rural, bucólica, sempre acompanhando o Rio Tijucas, sobre o qual encontramos diversas pontes pênseis (pontes de arame). Das mesmas que, quando menino, ao lado de meu pai, tinha verdadeiro pavor de atravessá-las.
            Em todo o percurso vê-se gado, pastagens e, mais adiante, plantações diversas.
          Já na cidade, a maior atração, principalmente na temporada de verão é a cascata Dona Chinoca, visível a partir da praça central e com acesso por trilha de pedestres, que é (segundo moradores) reaberta neste período do ano.
          Também, para os aficionados, uma boa pedida, aos domingos, é um jogo de futebol no campo que fica atrás da Prefeitura Municipal.


 Paisagem rural

 A igreja matriz

 Na praça central

Casa antiga (1938)         

domingo, 27 de julho de 2014

Busca incessante

Espiral (2014)


E vai e volta
Sobe e desce
E faz a curva

Pula e mexe
Acontece
E sente a chuva

Anda aos trancos
Retrocede
E veste a luva

E vai e volta
No universo às avessas
A água é turva

Dentro do espelho
A imagem pede
Um recomeço

Que não tem início
Meio ou fim


Poesia de varal (2014)


Encontrei no meu varal
Entre grampos e ceroulas
Um pedaço de papel

Nele se me dizia
Poesia de varal
Começa no início
e termina no final

Não tem pé
Não tem cabeça
O que já é um bom sinal

E não importa
O que aconteça
Sempre escrevo

Bem ou mal

domingo, 20 de julho de 2014

Mundo louco

Caos (2010)


Num tempo às avessas
O galo canta ao meio-dia
Há excesso de estranhezas

Só não falta sol
Enquanto chove
No silêncio que se move
Noves fora restam dez

Já se sabe
O que se fez

Na lua cheia
Que de noite incandescia
Na voz chorosa que pedia
O nascer de um novo dia

Já se sabe
O que se fez

O novo aeon é torto
E chovem pedras


O dedo aponta (2013)


O pé-de-pato
Qual venda que empata
O caminho e a cabeça
Lógica mentimos demais

Será que ainda
Teremos moscas na sopa
Do mundo cão
Que ladra não morde
Dura é a carnificina

E o redondo
Anel que dolorido
Esquálido dedo
Ex capa da morte preta

Com giz
Se escreve fim




sábado, 12 de julho de 2014

Um castelo em Santa Catarina

           Para se chegar à cidade de Treze de Maio, partindo da BR 101, em Jaguaruna, no sul do estado é necessário percorrer aproximadamente 15 Km de uma bela paisagem de serra, em rodovia asfaltada (SC 441), com direito a curvas e muita vegetação (um presente para quem curte natureza).
         A cidade, de colonização predominantemente italiana, é pequena, bem cuidada e agradável. Sua principal atração é o "castelo do padre" (Castelo Belvedere) construído totalmente em pedra, ao estilo dos castelos medievais, no alto do morro, na comunidade de Linha Fragnani. O acesso se faz por estrada de chão.
         Se você tiver sorte poderá ouvir os sinos de chamada para cultos, na capela toda decorada com bonitos afrescos (aberta à visitação e participação). Quando lá estive o carrilhão fez sua chamada às 15:00 hs de domingo.
           Finalmente, aprecie os jardins e a vista que se tem do alto morro.

O castelo

Detalhe dos jardins

Interior da capela

Vista panorâmica