domingo, 26 de abril de 2015

Palma Sola

Uma cidade surpreendente


          Poucos dias antes da última Páscoa, recebi convite para visitar meus tios Antenor e Zirliete Perozzo, que recentemente mudaram para a cidade de Palma Sola.
        Confesso que não estava entendendo o motivo pelo qual um casal, depois de ter passado uma vida inteira em outra cidade, já estabilizados financeiramente, começaria tudo novamente em outro local.
          Não estava entendendo até chegar à Palma Sola, que eu e minha esposa ainda não conhecíamos.
          Então, a surpresa. A começar pelo ar puro da região. Altitude de quase 900 metros acima do nível do mar, bem arborizada, tanto no entorno como dentro da cidade, um parque ambiental com árvores nativas como pinheiros, timbós, cedros e outras espécies, relevo salpicado de colinas suaves o suficiente para não ser monótono (prefiro relevos acidentados), muitas avenidas com canteiros centrais arborizados, que na primavera devem ficar ainda mais belos e um povo simpático, na maioria descendentes de italianos.
         Agora sim, compreendo a razão da mudança destes meus tios. Palma Sola, que fica a cerca de 750 quilômetros de Florianópolis, na divisa com o Paraná, pertinho da Argentina, tem tudo o que se espera de um lugar para se viver bem, além de ter espaço de sobra para crescer.
        Só esperamos que o progresso não lhe retire a graça e este ar bucólico que hoje tem.

 Palma Sola

 No parque ambiental

 Árvore decorada com ovos (Páscoa)

    Uma vista parcial

sábado, 18 de abril de 2015

As cobras (2014)


 Num ninho de cobras 
Quatro cobras havia
Uma era nova
As outras nem tanto

A mais jovem era esguia
Se achava e fazia
As outras três
Língua comprida

A cobra mais nova
De olhos marcantes
Só de soslaio
Enquanto as demais
Destilando veneno

Até que um dia
Em que a fome era tanta
Morderam-se
Umas às outras...
E fim!

sábado, 11 de abril de 2015

Hotel Áustria - Treze Tílias

       Sempre me entristece saber que alguma obra ou monumento antigo foi demolido, principalmente se aquilo fez parte, em algum momento, da minha vida.
          Assim é que em Treze Tílias, cidade de colonização Austríaca, fundada em 1933, na região oeste de Santa Catarina, por Andreas Thaler (Ministro da Agricultura da Áustria), existia o mais antigo hotel da cidade, denominado "Hotel Áustria".
          Este hotel, construído em 1948, misto, de madeira e alvenaria, tinha um atrativo todo especial e onde me hospedei, juntamente com minha família, por várias vezes. No hall de entrada, entre outros objetos, havia um piano antigo, um relógio de pêndulo (de coluna), todo o mobiliário em madeira escura e trabalhada.
       As escadas e corredores, de madeira, rangiam agradavelmente sob nossos pés, transportando-nos para lugares que jamais visitamos. Tinha-se a sensação de estar em um castelo europeu, daqueles dos filmes. Até mesmo os números nas portas dos apartamentos eram esculpidos em madeira.
          Meu apartamento preferido era o último, à esquerda, no terceiro andar. Da sacada, a vista era privilegiada e por volta das 5:00 hs da manhã víamos a passagem dos caminhões de leite da empresa Tirol, para mais tarde consumirmos um delicioso café da manhã, preparado por D. Gê, sempre alegre e sorridente, usando roupas típicas da Áustria.
          Pois bem, o progresso, guloso, sempre consegue tudo o que quer e o nosso saudoso Hotel Áustria teve de ceder espaço a alguma nova construção, moderna e sem calor humano, que terá de fazer uma nova história e no futuro sucumbir ao maldito, ou bendito progresso.
          O fato é que com a demolição do hotel perdeu-se muito da história desta bela cidade, com sua arquitetura única em nosso estado, berço de entalhadores em madeira (escultores) e paisagem soberba.
          Só nos resta relembrar - e compartilhar - através de textos e fotografias, os fatos que aos poucos vão sumindo de nossa memória.

 O Hotel Áustria

 A praça central

Vista a partir do hotel