domingo, 27 de julho de 2014

Busca incessante

Espiral (2014)


E vai e volta
Sobe e desce
E faz a curva

Pula e mexe
Acontece
E sente a chuva

Anda aos trancos
Retrocede
E veste a luva

E vai e volta
No universo às avessas
A água é turva

Dentro do espelho
A imagem pede
Um recomeço

Que não tem início
Meio ou fim


Poesia de varal (2014)


Encontrei no meu varal
Entre grampos e ceroulas
Um pedaço de papel

Nele se me dizia
Poesia de varal
Começa no início
e termina no final

Não tem pé
Não tem cabeça
O que já é um bom sinal

E não importa
O que aconteça
Sempre escrevo

Bem ou mal

domingo, 20 de julho de 2014

Mundo louco

Caos (2010)


Num tempo às avessas
O galo canta ao meio-dia
Há excesso de estranhezas

Só não falta sol
Enquanto chove
No silêncio que se move
Noves fora restam dez

Já se sabe
O que se fez

Na lua cheia
Que de noite incandescia
Na voz chorosa que pedia
O nascer de um novo dia

Já se sabe
O que se fez

O novo aeon é torto
E chovem pedras


O dedo aponta (2013)


O pé-de-pato
Qual venda que empata
O caminho e a cabeça
Lógica mentimos demais

Será que ainda
Teremos moscas na sopa
Do mundo cão
Que ladra não morde
Dura é a carnificina

E o redondo
Anel que dolorido
Esquálido dedo
Ex capa da morte preta

Com giz
Se escreve fim




sábado, 12 de julho de 2014

Um castelo em Santa Catarina

           Para se chegar à cidade de Treze de Maio, partindo da BR 101, em Jaguaruna, no sul do estado é necessário percorrer aproximadamente 15 Km de uma bela paisagem de serra, em rodovia asfaltada (SC 441), com direito a curvas e muita vegetação (um presente para quem curte natureza).
         A cidade, de colonização predominantemente italiana, é pequena, bem cuidada e agradável. Sua principal atração é o "castelo do padre" (Castelo Belvedere) construído totalmente em pedra, ao estilo dos castelos medievais, no alto do morro, na comunidade de Linha Fragnani. O acesso se faz por estrada de chão.
         Se você tiver sorte poderá ouvir os sinos de chamada para cultos, na capela toda decorada com bonitos afrescos (aberta à visitação e participação). Quando lá estive o carrilhão fez sua chamada às 15:00 hs de domingo.
           Finalmente, aprecie os jardins e a vista que se tem do alto morro.

O castelo

Detalhe dos jardins

Interior da capela

Vista panorâmica
  

sábado, 5 de julho de 2014

Lúdicas

Lua loura (1976)


Olha a lua
Lua cheia
Se incendeia
Aos meus olhos

E o sol
Que se apagou
Só a noite
Noite escura
É que ficou

Procuro a lua
Lua loura
Na noite negra
Preta cega


Nuvens de vaga-lumes (1979)


Numa noite
Em que as estrelas desapareceram
Assustado olhei em derredor e vi
Eu vi nuvens de vaga-lumes
Voando, piscando suas luzes
Prá mim

E admirado, extasiado
Eu parei
E simplesmente olhei
Nuvens de vaga-lumes
Piscando suas luzes

Nuvens de vaga-lumes
Como a me chamar
Como a me dizer
Milhões de coisas
Que eu não podia entender

E em todo canto eu via
Nuvens de vaga-lumes
Voando, piscando suas luzes
Como a me chamar

E eu não podia entender
E simplesmente olhei
Nuvens de vaga-lumes