Vandalismo (2013)
Até a pouco tempo não se ouvia falar em vândalos. Palavra estranha, antiga, tipo convescote, sarau ou sacripanta.
Hoje
estamos às voltas com os malfadados “vândalos infiltrados”. Mas ninguém sabe
como ou quem eles são, apenas que existem na maioria das cidades, vilas ou até
nas escolas.
Mas
vejamos como identificar um desses elementos:
Normalmente
os “vândalos infiltrados” têm uma idade relativa, prá mais ou prá menos.
Costumam andar em grupos de uma ou mais pessoas. Altura e peso medianos, olhar
mortiço ou vivaz, voz característica e, o que é mais importante, disfarçam-se
como garis, médicos, professores, estudantes... ou qualquer outra profissão.
Andam
sobre dois pés. Às vezes de quatro.
Carregam
objetos suspeitos como mochilas, celulares ou saquinhos de pipoca.
Portanto,
fique atento. Se você conhecer alguém com essas características, cuidado! Ele
poderá ser um “vândalo infiltrado”.
Recentemente
fui a um encontro familiar e, vendo um cachorrinho preso à corrente, perguntei
a razão. Responderam-me que ele não obedecia à ordem de ficar em silêncio.
De protestar pacificamente, sem incomodar as pessoas.
Não
acreditando em tal afirmação, pedi que o soltassem, pois o mesmo me parecia
dócil e amigo.
Atenderam-me,
mas logo veio a surpresa:
O
bichinho se transformou, correndo loucamente, derrubando tudo que encontrava
pelo caminho, pulando nas pessoas com um ar maníaco, lambendo as crianças e
fazendo xixi em todo canto possível.
Então
entendi:
O
bichinho tinha virado um baderneiro, um verdadeiro “vândalo infiltrado”.
Protesto (1986)
Um homem,
Jovem
Uma praça,
Qualquer
Protesto,
Silêncio
Fogo,
Silêncio
Morte,
...Silêncio.
O texto já me era familiar, mas a poesia é novidade. Acho que são bem complementares, apesar de serem opostos. O conto faz a visão de quem vê de fora, quem observa a explosão dos eventos... E a poesia é de dentro, tanto podendo ser o próprio jovem quanto outro manifestante, quiçá a polícia, mas claramente participando da situação. Eu realmente gostei dos dois, continue assim.
ResponderExcluirNa verdade, a poesia protesto foi escrita em função das manifestações da "Praça da Paz Celestial", na China, na década de 1980, mas ainda assim se encaixa aos dias de hoje. Bom que agradou, pois acredito que a poesia deve transcender o tempo.
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