Lamento (2004)
O repicar dos sinos
Feito doces hinos
As vozes das meninas
Em cantar lascivo.
Os choros, gritos, sons
E gostos ácidos
Como a bola de boliche rola.
E olhos cansados
Pedem feito preces
Tempo.
Absurdos (1986)
Eu sonhei que um
homem sério
Governava este país
E outros países
Por homens sérios
governados
Sem lutas.
E pairava um Deus
Sobre toda séria
cabeça
Eu já nem sei
Fosse melhor,
talvez
Nem haver cabeças
prá pensar.
E pensar
Que hoje nem me
reconheças
Por meus pontos de
vista divergentes
Por meu falar
incoerente
Por meus medos
absurdos.
Absurdo é ver o sol
poente
E não saber se é o
último
Ou se a noite
cobrirá.
Como andamos melancólicos e tristes... São poesias bem introspectivas essas, do tipo que mexem com ideias já suplantadas, mas que ainda podem ser remexidas. Gostei.
ResponderExcluir