segunda-feira, 8 de julho de 2013

Anseios

Lamento (2004)

O repicar dos sinos
Feito doces hinos
As vozes das meninas
Em cantar lascivo.

Os choros, gritos, sons
E gostos ácidos
Como a bola de boliche rola.

E olhos cansados
Pedem feito preces

Tempo.


Absurdos (1986)

Eu sonhei que um homem sério
Governava este país
E outros países
Por homens sérios governados
Sem lutas.

E pairava um Deus
Sobre toda séria cabeça
Eu já nem sei
Fosse melhor, talvez
Nem haver cabeças prá pensar.

E pensar
Que hoje nem me reconheças
Por meus pontos de vista divergentes
Por meu falar incoerente
Por meus medos absurdos.

Absurdo é ver o sol poente
E não saber se é o último
Ou se a noite cobrirá.

Um comentário:

  1. Como andamos melancólicos e tristes... São poesias bem introspectivas essas, do tipo que mexem com ideias já suplantadas, mas que ainda podem ser remexidas. Gostei.

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