sábado, 6 de agosto de 2016

Outro envolvido na operação Lava-Jato

          Nos últimos tempos temos acordado, diariamente, sobressaltados com notícias de falcatruas, corrupção, desonestidades. Tudo que se escuta é que o Deputado Fulano foi preso, que o Vereador Sicrano está sendo investigado por desvio de verbas da merenda escolar, que determinado policial recebe pagamento de bandido para não prende-lo.
          É um tal bombardeio com esse tipo de notícia que ficamos desconfiados de qualquer pessoa - principalmente autoridades - que se diga correta.
          Pois muito bem. Moro em um bairro da periferia de São José-SC. Resido ali durante os últimos 35 anos e não pretendo mudar-me, apesar da poeira, da emissão de gases veiculares e da fumaça decorrente da queima de materiais recicláveis - sempre após o horário comercial, quando não há vigilância -  que tanto incomoda o nosso bairro.
          Por conta de toda esta poluição, acabei por ter uma crise de rinite alérgica, que virou um resfriado, que se transformou em gripe, que acabou em faringite e , finalmente, em amigdalite...
          Problema diagnosticado, necessidade de medicação adequada. Sábado cedo, dirigi-me à uma das farmácias do bairro, disposto a adquirir os remédios de que precisava. Já no balcão ouvi alguns comentários sobre mais um envolvido na famosa Operação Lava-Jato. Seria um cidadão do nosso bairro, mas não citavam seu nome ou função, nem mesmo seu ramo de trabalho.
          Saí dali pensando em quem seria esta pessoa. Será que o "japonês" da Federal tinha batido na sua porta às cinco horas da manhã? Poderia ser um conhecido, vizinho ou um amigo?
          Voltava distraído, matutando estas questões, preparando-me para começar a ingerir mais uma série de comprimidos quando algo me chamou a atenção: Um cidadão em atitude suspeita e, ao que tudo indicava, uma dessas pessoas que costumam fazer pagamentos frequentes à Petrobras, por intermédio de alguma das diversas distribuidoras de combustível que operam em nosso país. O "meliante" era DONO DE UM AUTOMÓVEL e, ao que se sabe, todo combustível passa, de uma ou outra forma pela - outrora - gigante estatal brasileira. Não bastando a esse "indivíduo" possuir automóvel, estava naquele instante cometendo um crime - em plena luz do dia - utilizando-se para isso de um equipamento que por si só é sinônimo de culpa, pura e simples.
          Pois não é que aquele senhor de aparência tão honesta, descaradamente lavava seu carro com um LAVA-JATO?
          Sem dúvida, merece cadeia...!   
           

Um comentário:

  1. Oi Ney!

    Gostei da comparação e combinando com os atuais comentários verídicos ou inverídicos da roubalheira da Lava Jato.

    Um abraço poético!!

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