Perguntaram-me recentemente como pode um motociclista ser poeta, ou o contrário? As duas coisas não parecem combinar.
Na verdade, respondi, para mim tem tudo a ver. Quando me vem a inspiração, tenho uma necessidade premente de escrever e após sinto-me bem. As motocicletas causam-me a mesma sensação, quando as piloto, de tranquilidade, paz e satisfação.
Viajar por horas a fio com uma motocicleta, apreciando, ouvindo, sentindo a paisagem é algo indescritível. Só os apaixonados por esse veículo conseguem, realmente, entender essa paixão que para muitos é absurda. Paixão capaz de fazer com que superemos o trauma de um acidente e voltar a pilotar com o mesmo gosto de antes.
Poesias necessitam de rimas, sonoridade e mensagem, mesmo as mais soturnas e amargas. As motocicletas, dos mais variados estilos, sejam city, custom, esportivas ou as grandes estradeiras, entre outras, são pura poesia de formas, som e movimento.
Para mim esta é a ligação entre as duas atividades. Necessito da ambas e enquanto me for possível continuarei a desfrutar delas e compartilhar com vocês, leitores.
Minha paixão vermelha
Pilotando
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