Nova Trento

Continuando o passeio interrompido

          Quando se fala em Nova Trento, a primeira coisa que vem à mente é o Santuário de Madre Paulina, em Vígolo.

          Naturalmente, Santa Madre Paulina é a mais ilustre filha e representante desta cidade colonizada por italianos vindos, em sua maioria, da região do Trentino Alto, na Itália. Imigrantes que aqui chegaram no fim do século XIX, em busca de uma nova vida. Mas, Nova Trento possui outros atrativos além do Santuário de Vígolo. Um dos mais agradáveis e bonitos é a subida ao morro da cruz, onde foi erigido o Santuário de Nossa Senhora do Bom Socorro, tendo ali sido rezada a 1ª missa em 02 de julho de 1902.

          O trajeto de cerca de 3 km, sendo a primeira metade em estrada de chão e o resto, até o topo, em asfalto, após uma subida de aproximadamente 490 metros, brinda-nos com uma vista espetacular das cidades vizinhas (Nova Trento e São João Batista) e da mata circundante.

          Local é limpo, bonito e com boa infra-estrutura, contando inclusive com restaurante e temperatura agradável, devido à altitude.

          Cerca de 200 metros da cidade (às margens do acesso ao morro) está localizado o Museu da Cultura Italiana (com pousada anexa).

          Com parte do acervo (mais de 5 mil peças) ao ar-livre e o restante em construções fechadas, é um programa imperdível.

          Nova Trento situa-se a 80 km de Florianópolis, com acesso pela BR 101, a partir de Tijucas, passando por Canelinha (lá onde minha moto deu pane) e São João Batista, via SC 411.

         

 O Santuário

 Vista a partir do Santuário

 Vista parcial de Nova Trento

 Detalhe de parte do acervo do Museu da Cultura Italiana

Igreja matriz de Nova Trento

                       

                    

Oportunistas

          Tenho ouvido críticas ao ex- Presidente Fernando Henrique Cardoso, chamando-o, no sentido pejorativo, de oportunista.

          Mas o que vem a ser um oportunista? Alguém que se aproveita de uma oportunidade (oportuno, conforme o dicionário Aurélio: "que vem a tempo, a propósito, apropriado"), para se beneficiar, levar algum tipo de vantagem, ter algum retorno, de qualquer natureza.

          Existe um provérbio chinês que diz:

          "A oportunidade é um deus com cabelos só na frente, se não a segurarmos quando vem, nos escapa".

        A propósito disso, lembrei-me de um fato ocorrido em 1985, se não me falha a memória. Ao fazer um "trevo" com meu Fiat 147/ 1978, fui abalroado por outro veículo. Tempos depois vim a saber que o motorista saiu do acostamento e, sem olhar para a frente, me atingiu. O prejuízo (apenas material) foi razoável. Considerando-me culpado, paguei as despesas do outro carro e, precisando fazer os consertos do meu, resolvi vender minha motocicleta (uma Honda ML 125/ 1982). Após a recuperação do meu Fiat, sobrou algum dinheiro, insuficiente para adquirir outra motocicleta em bom estado. Então surgiu a oportunidade, na forma de um leilão de imóveis. Ofereci todo o valor que me restava, arrematando um terreno que, tempos após, foi vendido e se multiplicou, por conta de outros negócios.

         Em consequência de um acidente de trânsito, um eu "oportunista" conseguiu não só recuperar o prejuízo, como também, ter lucro.

          Então, meus amigos, sejamos todos oportunistas, sem prejudicar ao próximo, sendo justos e corretos. Aproveitemos as oportunidades que nos são oferecidas para crescer, para edificar, produzir algo de bom.

          E lembremos sempre que a oportunidade não tem um único fio de cabelo nas costas. É lisinha da silva!

 O Fiat 147, já recuperado

A ML, vendida para custear os prejuízos

Conjugando (2014)

 Eu sonho 

Com a mulher

Idealizada

Que você não foi

Você sonha

Com o homem

Ideal

Que eu não sou

Ele (ela) sonha

Em mais querer

E ter e ser

Nós sonhamos

Com um tempo de paz

Que jamais será

Eles sonham

Conquistar e destruir

Em nome de Deus

Ou de Alá

Faço o que me mandam (1988)

Mamãe mandou deixar

Tudo arrumadinho

Meu pai mandou fazer

Tudo bem certinho

Alguém me avisou

Nunca saia do caminho

Mas quando olho em volta

Me sinto tão sozinho

Quero pedir

Gritar socorro

Ninguém atende

Me sinto tão sozinho

Pomerode e Rio dos Cedros

Um ponto de vista arquitetônico

          Estas duas cidades integram o chamado "Vale Europeu Catarinense" e situam-se, respectivamente, a 17 km e 29 km de Blumenau. O acesso se faz a partir da BR470.

     Pomerode, de colonização germânica, conhecida por seu zoológico é muito caracterizada por suas construções em enxaimel, que se identificam pelas peças estruturais em madeira (normalmente encaixadas), alvenaria de tijolos aparentes e telhados de inclinação acentuada.

          A maioria destas casas tem suas esquadrias pintadas de verde ou branco (ao menos no trecho de 12 km que separam Pomerode de Rio dos Cedros) e são muito bem conservadas, cercadas por plantas diversas.

      Rio dos Cedros, de colonização italiana, além do uso do enxaimel, apresenta construções erigidas na "Técnica autoportante de tijolos aparentes", em que não existem estruturas de concreto ou madeira, apenas os tijolos sobrepostos. A casa de 1932 é um belo exemplo do uso desta técnica.

          Próximo à entrada da cidade (para quem vem de Pomerode) encontramos uma olaria que produz tijolos maciços, um a um, de vários tamanhos, hoje com o uso da eletricidade. Os tijolos, depois de cortados, são dispostos cuidadosamente em prateleiras para secar e posteriormente serem levados ao forno de queima.

          Nesse mesmo local foi edificada em 1909 a Capela Nossa Senhora das Dores. Local esse que teria sido o ponto inicial da cidade.

          Um dos motivos de minha ida à Rio dos Cedros é por ser este o lugar de nascimento de minha avó Aurélia Bona, em 28-03-1902. Saudades!

        A cidade valoriza suas origens mantendo intercâmbio com a Itália através, dentre outras maneiras, do "Circolo Trentino de Rio dos Cedros".

         Ao anoitecer os moradores gostam de se reunir para conversas, cantorias, jogos de truco ou bocha.

 Casa em meio ao verde (Pomerode)

 Exemplo de construção enxaimel (Pomerode)

Apreciando 

 Casa de 1932 (Rio dos Cedros)

 Segurando um tijolo maciço gigante

 Capela Nossa Senhora das Dores (Rio dos Cedros)

Em tempo: Todas as fotos são de minha fotógrafa preferida, Minha esposa Maria Vilma dos Santos.